sábado, 20 de julho de 2013

Noites de verão, noites de inverno

Ultrapassar o inverno não foi tão fácil assim. Ao contrário, esse inverno me custou muito. Por volta da metade dele meu sentir já estava fadigado.
Bastava chover e esfriar. Bastava um céu estrelado que aumentava o desejo de uma noite de verão. Bastava a lua escancarada que me chamava no imenso e vazio céu sem a presença de estrelas que foram escondidas pelo espaço e atenção que a lua tomou de todo o restante da noite.
Pois sim, bastava a lua me convidar que lá ia eu correndo, deixando pegadas como se fossem na areia, que logo se apagavam. Corria depressa pra acalmar a febre do sentir.
A meia luz da lua sobre mim já fazia efeito e acalmava o tão agitado sentir de inverno que, falando nele, é hora de retornar pro inverno agitado e silencioso.
E era assim. Não que foi um inverno triste, de maneira alguma. Só deu febre no sentir. Eu sentia por absolutamente tudo; e não só pelo frio ou pelo vento gelado que vinha do rio e dava no pátio da minha casa. O que acontecia naqueles dias é que eu costumava me perder em meio ao desespero de deixar tudo em ordem até a chegada da próxima estação.
Eu me procurava nas entrelinhas, nas pegadas até a lua, até mesmo nos achados-e-perdidos. Até que resolvi deixar a estação passar e me decidi ir passando junto. Ao passar dela, eu ia me encontrando.
Hoje já é quase verão e meus olhos começam a brilhar junto ao nascer do sol, perduram brilhando cheios de faisquinhas de esperança, até o sol se pôr, e recebem as estrelas com boas vindas por agora sim ser uma noite de verão.
E agora sim: Olhar fixo no espaço. Milhões de estrelas perdidas por entre o esfumaçado do céu, só pra fazer charme. Meia lua. Brisa leve e profunda. Sim, me encontrei de novo. É verão; ou pelo menos quase, mas eu já o espero de braços abertos.
A lua ainda sorri pra mim e como sempre me convida. E eu, é claro, vou sempre correndo.

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