terça-feira, 18 de dezembro de 2012


     A tristeza não combina com algumas pessoas, sem dúvida um acessório perdido, um brinco velho de alguma tia careta. Puramente não combina! Essas pessoas não sabem nem senti-la. Não preveem. Se assustam com a chegada estranha e desconexa, não sabem o que fazer com a intensidade mórbida que brota do ser, Uma bagunça desnecessária. Inutilidade. Vai acabar virando outra caixa com avisos emplacados "Fora de Uso".

       Tem gente que nasce mesmo é para ser feliz, a tristeza não tem lugar, não dá cria, não finda raízes, vem só de passagem. Sua visita não é bem vinda, se toca e sai de fininho, não se sente confortável com tamanha amplitude nostálgica. Quem pode competir com isso?
       Há! Mas tem quem decore a casa, afofe as almofadas, pinte as paredes e se sente na varanda para ver a tristeza entrar. Acomoda-a, vente-a, a protege do frio, alimenta-a, até que fique forte e saudável. Faz moradia na alma, não é visita, é inquilina. Tem gente que não sabe viver sem a sombra forte da amargura andando pelos corredores da alma, porém vivem em negação, colocando culpa nas casualidades, sem perceber que a permissão foi dada por si mesma.

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